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Minerais importantes como antioxidantes


O estresse oxidativo caracteriza-se pelo desequilíbrio, no organismo, entre os agentes oxidantes - espécies reativas de oxigênio (ERO) e espécies reativas de nitrogênio (ERN) - e a capacidade antioxidante corporal. Esse desequilíbrio pode ser causado por desgastes físicos, como prática de esportes intensa e constante, insônia, estresse, má alimentação, entre outras causas. O estresse oxidativo é capaz de promover lesões em diversos constituintes das células e, quando isso ocorre de maneira crônica, desenvolvem-se enfermidades não transmissíveis, como aterosclerose, diabetes, transtornos degenerativos, obesidade e câncer. Para neutralizar os efeitos das ERO e das ERN, é necessário que o sistema de defesa antioxidante do organismo esteja equilibrado. Os minerais antioxidantes têm importante função nesse processo. 


Os minerais considerados antioxidantes são aqueles que participam, de alguma forma, dos processos para atenuar os efeitos do estresse oxidativo. Tal atenuação pode ser alcançada por meio de diferentes meios de ação:

• impedindo a formação dos radicais livres ou espécies não radicais (sistemas de prevenção);

• neutralizando os radicais livres, impedindo, assim, a ação desses sistemas varredores; ou

• favorecendo o reparo e a reconstituição das estruturas biológicas lesadas (sistemas de reparo).


Dentre os principais minerais com ação antioxidante no organismo, destacam-se: zinco, selênio, cobre e magnésio, porém todos os abaixo apresentam diversas funções fisiológicas importantes. 


• CÁLCIO (Ca)

As necessidades diárias de Cálcio são de 800 a 1000 mg. As principais fontes são: laticínios, verduras (ex: brócolis, espinafre, couve-flor e repolho), ervilha, feijão, amêndoas, nozes, avelã e soja. A diminuição deste mineral pode estar associada à ingesta alimentar baixa, distúrbios gastrointestinais (hipocloridria, déficit de vitamina D, alta ingestão de gordura e proteína, falta de exercício físico e dieta rica em alimentos em fosfato (refrigerantes tipo “cola”) – assim como a problemas ósseos (osteopenia, osteoporose).

Frequentemente, a elevação de cálcio pode indicar um desequilíbrio cálcio-fósforo na osteoporose, doença periodontal, litíase renal e intoxicação por metais pesados como chumbo e alumínio. A hipervitaminose D (rara atualmente), o excesso de ingestão de proteína, sal ou açúcar levam também a um balanço de cálcio negativo. É de grande importância a manutenção na dieta alimentar de uma relação cálcio/magnésio de 2/1 a 1/1 no máximo; uma relação alta pode facilitar um processo de calcificação, o que não ocorre com a ingestão alta de magnésio concomitante.

Também a baixa relação cálcio/magnésio pode estar associado a responsável pela TPM (Tensão pre menstrual).

Referências bibliográficas:

1) BASSO, L et AL. – “ Effect of Magnesium Supplementation on the fractional Intestinal Absorption of 45 CA in Women with a Low Erythrocyte Concentration” – Metabolism, 49, 1092-6,2000.

2) MIEKELEY, N, et al. – “ Elemental Anomalies in Hair as indicators of Endocrinologic Pathologies and Deficiencies in Calcium and Bone Metabolism”, - Journal of Trace Elem. Med. Biol., 15, 46-55,2001.

3) SHAMBERGUER, R.J. – “Calcium, Magnesium and other Elements in the Red Blood Cells and Hair os Normals and Patients with Premenstrual Sindrome” – Trace Elem. Res.94, 123-9,2003.


•COBRE (Cu)

As necessidade diárias de Cobre são de 2 a 3 mg. As principais fontes são: frutos do mar, cereais integrais, trigo, marisco, vísceras, feijão, frutas secas, amêndoas, avelãs e castanha do Pará. A diminuição de cobre pode estar associada à ingestão elevada de zinco, molibdênio ou manganês.

O aumento pode ocorrer na doença de Wilson e em condições ligadas ao aumento de radicais livres (estresse oxidativo), tais como diabetes mellitus e infecção crônica. Também pode provir de água contaminada, de panelas, fungicidas e de uso do DIU (dispositivo intra-uterino, este caso é muito raro). O aumento pode originar-se, ainda, de contaminação externa do cabelo, principalmente em pessoas que tomam banho de piscina frequente. Neste caso, para se confirmar se o caso é de um aumento apenas no cabelo, e que não reflete uma condição interna, deve ser feita a dosagem de cobre no soro e/ou na urina de 24 horas.

Referências bibliográficas:

1) SALONEN, et AL. – “Interactions of Serum Copper, Selenium and LDL Cholesterol in Atherogenesis” – Brittish Medical Journal, 302, 756 -60, 1991.

2) WILSON, L. – “Nutritional Balancing and Hair Analysis” – PRESCOTT, AZ -USA, 2004, p. 185-9.

3) SHAMBERGER, R.J. – “ “Validity of Hair Mineral Testing” – Biol. Trace Elem. Res.87, 1 -28,2002.

4) MATSUO, M. ET AL. – “ Screening for Menkes Disease using the Urine HVA/VMA Ratio” – j.Inherit. Metb. DIS, 28”. 89-93,2005.

5) Schlief ET AL. – “NMDA Receptor Activation Mediates Copper Intake: Effect of Indexes of Copper Status, Antioxidant Status and Immune Function in Young Men” – AM. J. Nutr.79, 1037-44,2004.

 

• CROMO (Cr)

As necessidades diárias de Cromo são de 50 a 200 mcg. As principais fontes são: levedo de cerveja, fígado, cereais integrais, cevada, ovo caipira e plantas hipoglicemiantes (pata de vaca, carqueja, pedra hume kaa e bajiru). A diminuição do cromo pode ocorrer nos pacientes com diminuída atividade insulínica, tolerância glicídica alterada, aterosclererose e diabetes mellitus.

A reposição deste elemento pelo cromo-GTF costuma levar à melhora da secreção insulínica e aumenta a formação de serotonina cerebral. O aumento pode ser causado pela ingestão excessiva de cromo hexavalente e pode levar a fenômenos alérgicos e sintomas de intoxicação. Ela ocorre em pessoas que trabalham diretamente com sais de cromo (curtição de couro, material de litografia e fábrica de pigmentos como cromo), sendo por isso muito rara.

Referências bibliográficas:

1) POVOA, Helion, ET AL. – “ Oligoelements in Patients with Depression” – Free Rad. Biol. Med.25. Suppl. 1, 275, 1998.

2) ANDERSON, R., ET AL. – “ Urinary Chromium Excretion and Insulinogenic Properties of Carbohydrates” – Amer. J.Clin. Nutr.1, 1864-8, 1990.

3) NADAL, M. et al. – “ Monitoring Metals in the Population living in the Vicinity of a Hazardous Waste Incinarator: Levels in Hair of School Children” – apud WILSON, L. “ Nutritional Balancing and Hair Analysis” – PRESCOTT, AZ – USA, 2004, pg.185-9.


 FERRO (Fe)

As necessidade diárias de ferro são de cerca de 10 mg. As principais fontes são: algas, carnes, frutos do mar, germe de trigo, lentilhas, feijão e verduras (espinafre). O ferro pode estar diminuído no cabelo e, se isto ocorrer, deverá ser confirmada essa baixa por exame de sangue.

O aumento pode ocorrer na hemocromatose, siderose e, possivelmente, em distúrbios circulatórios, levando a um estresse oxidativo (‘excesso de radicais livres). Esta condição deverá ser confirmada pela determinação sérica da ferritina. O aumento desse mineral no cabelo pode ser causado por contaminação da água do chuveiro ou do banho comum.

Referências bibliográficas:

1) BISSÉ, E. – “ Hair Iron Content:; Possible Marker to Complete Monitoring Therapy of Iron Deficiency in Patients with Chronic Inflammatory Bowel Disease” – Clinical. Chemistry, 42,270-4,1996.

2) BLAUROCK – BUSCH, E, Griffin, V. – “ Mineral and Trace Element Analysis” – Published by TMI INC, Boulder, CO, USA, 1996, p.77-85.

3) WILSON, L – “ Nutritional Balancing and Hair Analysis” – PRESCOTT, AZ – USA, 2004, p.331.


 

 FÓSFORO (P)

As necessidades diárias de fósforo são de 1 a 2 g. As principais fontes são: carnes (peixe, vaca e galinha), ovos, legumes, licitina, levedo, nozes, avelãs, amêndoas, laticínios, cereais integrais e bebidas gaseificadas. Não há correlação muito evidente entre níveis de fósforo no cabelo e outros tecidos: pode haver baixa em pacientes com ingestão diminuída desse mineral, embora isto seja raro.
O mesmo ocorre com o aumento desse elemento, que pode evidenciar uso exagerado de refrigerantes gaseificados. Recentemente, evidenciou-se que a ingestão exagerada de fósforo bloqueia a formação de uma proteína anti-envelhecimento (KLOTHO).

Referência bibliográfica:

1) XIAO, N.M. – “ KLOTHO is a Serum Factor related to Human Aging” – CHIN. MED. J. 1117, 742-7, 2004.


 MAGNÉSIO (Mg)

As necessidades do mineral para os adultos entre os 18 e os 30 anos, são de 400 mg para os homens e 310 mg para as mulheres. Estes valores aumentam com a idade, sendo que homens acima de 30 anos têm necessidade diária de magnésio de 420 mg para homens e as mulheres 320 mg. O magnésio bloqueia problemas cardíacos (arritmias). É necessário ao metabolismo ósseo (junto com o boro, cálcio e estrôncio). Impede a formação de cálculos urinários, como também a calcificação de tecidos. Pode, ainda, aumentar a motilidade intestinal. Por sua vez, é relevante para bloquear a tensão pré-menstrual (TPM).

Referências bibliográficas:

1) VANCE, D. ET AL. – “ Trace Elements: Imbalances in Hair and Nail of Alzheimer´s Disease” – Neurotoxicol, 9, 197-202, 1988.

2) BASSO, L. et al. “Effect of Magnesium Supplementation on the Frational Intestinal Absorption of Calcium in Women with a Low Erythrocyte Concentration” – Metabolism, 49, 1092-6, 2000.

3) SHAMBERGER, R.J. – “Calcium, Magnesium and other elements in the Red Blood Cells and Hair of Normals and Patients with Premenstrual Sindrome” – Trace Elem. Res.94, 123-9, 2003.


 MANGANÊS (Mn)

As necessidades diárias de manganês são de 2.5 a 5 mg. As principais fontes são: nozes, amêndoas, castanha do Pará e amendoim, cereais integrais e trigo mourisco. A deficiência de manganês pode levar ao estresse e a déficit de crescimento.

O aumento de ferro e cobre pode, também, causar baixa de manganês. O uso prolongado de haloperidol também leva à depleção de manganês. A alta de manganês pode ser causada por um estresse cerebral acentuado, com destruição de uma enzima contendo este mineral (a super óxido Dismutase) e conseqüente aumento de manganês capilar. Também, existe nas mitocôndrias em alto teor. Tem papel importante no osso.

Referências bibliográficas:

1) COLLIPP, P. ET AL. – “ Manganese in Infant and Leraning Disability” – Ann. Nutr. Metab. 7, 488-94,1983.

2) FELL, J. et al. – “ Manganese Toxicity in Children Receiving Long-Term Parenteral Butrition” – Lancet 347, 192, 1996.

3) NADAL, M. et al. – Monitoring Metals in the Population living in the Vicinity of a Hazardous Waste incinerator: Levels in Hair of School Children” – apud WILSON, L. – Nutritional Balancing and Hair Analysis” – PRESCOTT, AZ – USA, 2004, p. 185-9.


• POTÁSSIO (K)

As necessidades diárias de potássio são de 2 a 6 g. As principais fontes são: frutas (banana), nozes e amendoim, verduras (brócolis), fígado e frutos do mar.
Assim como o sódio, não se constitui em um parâmetro fiel do nível deste mineral no organismo (em seu conteúdo capilar).


 SELÊNIO (Se)

As necessidades diárias de selênio são de 50 a 200 mcg. As principais fontes são: frutos do mar, vísceras, alho, cebola, cereais integrais, cogumelo, levedo, brócolis, castanha do Pará e ovos. O selênio é um poderoso antioxidante e destruidor dos radicais livres.

Daí, ser comum a sua diminuição associada a aumento de substâncias oxidantes dessas patologias: o selênio quelado (orgânico) é usado junto a outros antioxidantes. O selênio diminuído no cabelo é frequente em regiões onde o solo é pobre deste mineral. Quase sempre, o aumento deste elemento é causado por uso de xampu à base de selênio. Excepcionalmente, há aumento deste mineral em pessoas que trabalham com máquinas fotocopiadoras e em operários de fábricas de cerâmica e de pigmentos. O selênio faz parte da molécula de Gutatião Peroxidase, sendo portanto um poderoso antioxidante endógeno.

Também, tem um papel na prevenção do câncer. Estudos recentes demonstram que, em cidades com solo pobre em selênio, há uma alta incidência de neoplasias. O mesmo ocorre na freqüência de acidentes vasculares (a cidade de Keirella, Finlândia, chegou à liderança mundal em problemas coronarianos – seu solo era paupérrimo em selênio). O selênio também é fundamental à síntese do hormônio tiroidiano T3 (acelera a conversão de T4 em T3).

Referências bibliográficas:

1) Bedwall, r, ET AL. – “ Selenium: its Biological Perspectives” – Medical Hypotheses, 41.150-9, 1993.
2) MARLOWE, M, et al. – “ Hair Selenium Levels and Children´s Classroom Bahavior” – Journal Orthomol. Medicine, 1 91-6, 1986.
3) CAMPBELL, J.D. – “ Lifestile, Minerals and Helth” – Medical Hypotheses, 57. 521-531, 2001.

 

• SÓDIO (Na)

As necessidades diárias de sódio são de 1 a 3,5 gramas. As principais fontes são: sal de cozinha, enlatados, comidas processadas, carnes (especialmente as defumadas), nozes, avelã e castanha de caju, queijo, pães e azeitonas. Quase sempre, o sódio capilar baixo se associa também ao potássio baixo e pode ser causado por estresse acentuado.

Em indivíduos com psoríase, afetando o couro cabeludo, encontramos frequentemente elevações de sódio e de potássio associadas no cabelo. Isto também é comum em indivíduos extremamente estressados e com sudorese excessiva (maratonistas). De fato, o sódio e o potássio no cabelo se constituem em índices pouco fidedignos do teor destes elementos no corpo humano.

 

 VANÁDIO (Vn)

As necessidades diárias de vanádio são de 50 a 200 microgramas. As principais fontes são: óleos vegetais (soja, oliva, milho e girassol), trigo sarraceno, arroz, cenoura, repolho e frutos do mar. Esse mineral parece ter um papel insulina- símile, podendo ser relevante no tratamento do diabetes mellitus. O vanádio como marcador cerebral pode estar diminuído no excesso de ansiedade, na depressão e nos distúrbios do aprendizado.

A principal causa do aumento deste mineral é a exposição a resíduos industriais e, essencialmente, à queima de combustíveis. Porém, é raro o achado de vanádio alto. O cromo e o vanádio têm um papel preponderante na síntese de receptores de insulina, daí sua ação no metabolismo glicídico.

Referências bibliográficas:

1) ANDERSON, R ET AL. – Urinary Chromium Excretion and insulinogenic Properties of Carbohydrates” – Amer. J. Clin. Nutr, 1, 864-8,1990.

2) POVOA, Helion, et al. – “ Hair Vanadium in children with learning Disability” – Free Rad. Biol. Med.27. Suppl 1, 100, 1999.


 

• ZINCO (Zn)

As necessidades diárias de Zinco são de 15 a 30 miligramas . As principais fontes são: carnes (especialmente frutos do mar), nozes, amendoim, amêndoas, castanha de caju, castanha do Pará, arroz integral e raiz de gengibre. A mais freqüente causa da diminuição desse mineral é a baixa ingesta alimentar, encontrada principalmente em indivíduos vegetarianos estritos, a dieta excessivamente rica em fibras, ferro e/ou cobre e ouso de álcool, são, ainda, causas freqüentes.

O zinco está, muitas vezes, associado ao déficit de imunidade e a problemas alérgicos. Em alguns casos, um valor aumentado pode, paradoxalmente, indicar uma deficiência deste mineral. Isto porque o déficit de zinco acarreta uma crescimento diminuído do cabelo, o que causa acúmulo no folículo piloso.

Atualmente, a condição mais associada à elevação de alumínio (considerado um metal pesado)  é o aumento da permeabilidade intestinal, em que se altera a função do intestino por uso de antibióticos, cortisona, anti-inflamatórios – ou, então, por alergia a algum alimento. Como o alumínio é encontrado abundantemente em alimentos habituais (ex: pão, queijo, verdura, etc), a pesquisa de um problema intestinal deve ser a primeira linha de abordagem de investigação. O alumínio em excesso pode vir a causar problemas de memória quando a intoxicação for a longo prazo. O alumínio bloqueia as descargas elétricas dos neurônios: também, inibe enzimas cerebrais (Na – K-ATPase e Hexoquinase). Pode ainda, causar problemas ósseos. A reposição de diversos minerais anti-oxidantes auxilia na eliminação natural de metais pesado. 
 

Referências bibliográficas:

1) WILLIS, M. and Savory, J. – “ Aluminum Poisoning, Dialysis Encephalopathy, Osteomalacia and Anaemia” – Lancet 1, 29-34, 1983.

2) MATHEUS, S. et al – “ Aluminum Toxicity-Hematological Effects” – Toxicol- Letters 111, 135-42, 2000.


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